sábado, 2 de julho de 2011

PARA(ú)NA - Parte IV




CENA ÚNICA

BLUENTE:
No frontal, horizonte
no mar, pontes.
No phoênix, cinzento...
renasce,
“por que
o amor quando paixão
tem que doer
ao invés de aliviar?”

LIBERTARD:
“Palavras
que curam
el alma
alma que siente
pavor a esse hombre
desconecido.

BLUENTE:
Neste bar
não há mar
só luar.
Da mesma cor.

LIBERTARD:
Não havendo mares
só andares
viveres
sentires.
“Acontescências”
cotidianas
doidivanas
não mundanas.
Profanas.

BLUENTE:
Bip... bip... bip...
meu radar
tatam começa a detectar
a presença de algum ser
do meu planeta original...
... por aqui... Bip... bip... bip...

LIBERTARD:
Andei aos montes
naveguei oceanos
demolindo obstáculos...
então compreendi
a reverência ao sol.
Sonhei outra vez
caminho aberto
vai dar no coração.

BLUENTE:
Abriu a fábrica dos sonhos.
Liberados os poemas.
A alma sorrindo.

LIBERTARD:
Sorriu bonito
sacudiu a beça
minha cabeça Eça
Eu...
Chegou-me.
Pôs-se a olhar-me.
Buscando banalidade...
Não tem. Amém!
Concordei ao concordar.
Ele partia
deixando-me na mão
seu perfume
presente na mente
sua cara de contentamento.

BLUENTE:
TAOvez volte
Outra vez
Japonês.
Hai kai
brotou em mim
o riso por isso
sem sacrifício.

LIBERTARD:
A lua
nem saiu
do lugar... ma(i)s
me olha
do lado de lá.

BLUENTE:
Mais que amor.
Ma(i)s que amor.
Mais...

LIBERTARD:
Quero quebrar tijolos
derrubar redomas
romper correntes
olhar de frente.
Caminhar contente
abraçar gente.
Não morrerei de tédio.

BLUENTE:
Um café.
Um teatro.
Um artista.
Um espetáculo.
Uma paixão.
Uma separação.
Um crime.
Um flagrante.
Envolvimento sentimental.
Inocente suspeito capital.
Uma fuga.
Uma ajuda.
Um RG.
Um CPF.
Um título.
Um fio suspeitoso.

LIBERTARD:
A polícia policia
os transeuntes.
As vias.
As vidas.
(indevidamente).
As Marias.
Os homens.
Os nomes. Os tios...
as crianças, a geriatria.
A polícia não policia.
O que devia:
A luta dos desvalidos.
Na lida da vida.
Os fudidos.
A gora não vingaria,
hematomas doeriam
mais na cor
do que na alma.
Mascararia.

BLUENTE:
Justa-pomos
nossos rubis
qual guris.
Ambos febris.
Justamente pomos
nossos ossos
em lençóis de (nós dois).
Puro azeviche... vixe... sós.
Meu corpo sob o teu
corpo sob o meu corpo
atuas.

LIBERTARD:
Eu avesso teço
terço - Tércio -
Eu vi(ver)-te(cido).
No corpo o gosto.
Na carne o gozo.
Ventania que complica...
implicados tudo bem.
Conquistados pelo trem que te dá a vida
ao ser sentida pela crueza da lida.

BLUENTE:
Na boca, alfaces.
Nossas línguas.
Nossas facas.
Meus nervos implodem
de aço...
Aquilo que sinto.
Medo?
Sem ofender nem perder.
Causa: suaves toques.
A cura do maldito.
O bom pecado santo.
Foram tantos os poemas
mal escritos... a
tintas descoloridas,
letras tantas e perdidas.
Tortos.
Tronchos.
Sofridos.
Bombom - papo - chocolate.
Algo em movimento.
Disparado. Encantado!
O que era escondido,
aí, na cara.
Brincando sempre...
gato e rato.

LIBERTARD:
Malditos olhos que embriagam-me
seduzindo
o homem frágil que me porto.
Danados modos.
Bandidos somos nós
os culpados.
Mil vezes maldito
o Ephebo
que adentrou minha alcova
fazendo se passar por poeta.
Conduzindo-me
ao meu próprio leito.
Manipulando meu corpo nudo.
Éramos dois homens nus,
corpos degustados
seres apaixonados
relapso de amor.
Flor em flor
capim e terra.
Maldito outra vez
meu parceiro “princês”
(que seja o último
pois não foi o primeiro).
Bendito momento
único de gozo.
Felizmente ele se foi,
e o barco de papel crepom
que minha vida embarca,
navega pôr mar(és) de solidão.

BLUENTE:
Esse poemalho
ampara
o próprio.
Que nem sempre
é nosso.
Como deveria.

LIBERTARD:
Me dê o cardápio.

BLUENTE:
Sim.

LIBERTARD:
Obrigado!

BLUENTE:
Está faltando alguma coisa?

LIBERTARD:
O telefone da SUNAB.

BLUENTE:
Com o telefone da SUNAB é mais caro?

LIBERTARD:
Poema-hiperinflacionado.

BLUENTE:
Sai ou não sai?

LIBERTARD:
O meu caminho
é um poema
de capim-santo.
O meu capim
uma trilha...
eu andarilho
quase errante.

BLUENTE:
Meus pés nus
lentamente percebem
o caloroso chão.
Igual fogo
ou não.
Apenas terra.
(O AUTOR SENTE SAUDADES
DO AMIGO AUSENTE,
QUE TE SERVIA DE PARENTE
MAIS PRÓXIMO. QUE LHE INSPIRAVA.
EXPIRAVA A PACIÊNCIA.
POETIZA. HAIKAIZA OU HAIKANIZA[VA]).

OFF (VISUAL)
1 - ALUGUEL - LEGENDADO.
(QUARTO DE ALUGUEL RETRO-PROJETOR).

OUTRO:
(QUARTO) de aluguel.
(Um cara enche o saco) de papel.
A mãe.
E o saco.
Total: sacos e pênis erectos.
(ORAL. VISUAL. PLÁSTICO. CÊNICO).
(“A CASA REMONTA
QUADROS DE DALI
PERSONAGENS AÉREAS
SOBREVOAM AO MODO LUNAR
CRIA-SE IMAGENS BATISMAIS
VIOLA-SE O CÓDIGO DE POSTURA PUDORADA).
- salto o muro
assalto um jardim suspenso.
Roubo-lhe uma flor
e quero ser
igualmente diferente”.

ATUALIDADE.
UM QUARTO. UM APARELHO DE RÁDIO A PILHA COM ANTENA.
UM HOMEM. OUTRO. DOIS.

UM:
Como será que nos vimos?

OUTRO:
Pela primeira vez?

UM:
Olho no olho.

OUTRO:
Poucas palavras.

UM:
Chaves.

OUTRO:
Literatura.

UM:
Bocage.

OUTRO:
pensava, Um...

UM:
Outro,
compartilhavas.

OUTRO:
Atuava.

UM:
Leminski.

OUTRO:
Quintana...

UM:
Pessoa.

OUTRO:
Atoa.

(O OUTRO. SE EXIBE. DESPE.
ENQUANTO UM LIGA O RÁDIO.
PROPAGANDA.
CHIADO DE RÁDIO VELHO. ETC.).

LOCUTOR:
Com amor e com afeto
piso o teto
[“ESSE CARA”].*

OUTRO:
“A que esse cara tem
me consumido
a mim
e a tudo que eu fiz
com teus olhinhos
infantis
com os olhos de um bandido.
Ele está na minha vida
porque quer
eu estou pro que der
e vier...
Ele chega
ao anoitecer
quando vem a madrugada
Ele some
ele é quem quer.
Ele é o homem
eu sou apenas
(o que ele quer)
uma mulher.”
(*música de Caetano Veloso)

(UM TOMA BANHO.
MÚSICA:
“UM XODÓ”
QUEBRA DE LUZ.
REACENDE AMARELA).

OUTRO:
(EXPRESSÃO DE QUEM FEZ
MUITO ESFORÇO FÍSICO)
_ Me arranje algo
para secar o suor.

UM:
Pegue minha camisa.

OUTRO:
Sua camisa?

UM:
Seque teu suor.

OUTRO:
Nos teus panos?

UM:
Salva-me.

OUTRO:
Como?

UM:
Seja minha danação.
(A LUZ FICA TRÊMULA)
O suor do teu corpo
na minha roupa...
Une o teu ao meu suor.
OUTRO:
(TIRA A ROUPA E SE ARRUMA).
_ Tudo certo
2 + 2 são 5
que a Gal não se atreva.
Quem ela pensa ser
que eu não sou
quem um dia fui
que os homens
sejam afáveis com as mulheres
que por eles
as mulheres sejam tratadas
com carinho.
Que o filho só diz
a verdade
o covarde é aquele
que não mente
sofre calado
porque é real.
2+2 são 4
HARMONIA. Amor.
Verdade e justiça.
2-(menos)2 são 5
as pontas da estrela de
Salomão.
Alquimia.

UM:
Eu sei
vem de ti
a decisão de ser
o que sinto é forte e grande
de dentro pra fora
enormemente
neste momento
exato, farto-me
de pó de vidro, cicuta...
escuta-me esta metáfora
quero alguém
que me ame
de verdade
por inteiro
não pela metade.

OUTRO:
O sol lambeu minha cara
beijou meu corpo
festejou em mim.
Olhei no espelho
apaixonei-me pôr mim
vi-me inteiro
encantado
com tanta beleza
era eu o homem
de mim mesmo
aberto a outro homem
belo pôr dentro
puro por fora
companheiro
amado companheiro
nosso amor verdadeiro.

UM:
Te quero inteiro
te quero
como quero
tu és meu amuleto
de sorte
meu querubim
primeiro.


OUTRO:
Sonhei contigo
sonhei
como não se sonha
sonhei
com um garoto
sorrindo
bonito querendo
um pouco
de vida sadia,
querendo alegria
desta luz do dia.

UM:
A beleza
está
na sutileza
do beijo.
Do desejo.
Do querer segredo.
Segreda.

OUTRO:
Será que há
um meio
de “nós” sermos um?
Dueto amistoso...
para cantarmos história
e viver.
Várias fantasias
reais
vou abrir
o portão
do meu esquerdo peito
e deixar meu coração
aí,
com sua janela
escancarada
para olhar no dentro
e ver seu(s) olhos
mirando os meus
atingindo em cheio
sem meio termo.

UM:
Definitivamente
a sua presença
atua em mim
assim querubim:
Quero sim.
Basta um aceno
Um gesto
de longe ou perto
acerto em cheio
me parto ao meio
te cerco de braços
quero bem
junto a mim.

(UMA BICICLETA SEM PINTURA
CAI NO MEIO DO PALCO)

OUTRO:
Era quase
como se não fosse
verdade
era quase
como se não fosse
mentira
era quase
falar da alma
era quase falar do coração
eu era por fora
quase o que eu era
por dentro
eu nutri por ti
em minha essência
puro sentimento.

UM:
(UMA ESTRADA QUASE DESÉRTICA.
ABANDONADA. ANIMAIS PASTAM
EM CANTEIROS DE FLORES VERMELHAS
ESPALHADAS PELO CAMIHO.
OS CAVALOS E BURROS ESCOLHEM
AS FLORES VERMELHAS ENTRE
AS OUTRAS PARA SUAS REFEIÇÕES).

_Alguém chega como quem nada quer

OUTRO:
olha nos olhos encantamento e fé.
(UMA PERGUNTA NO AR):

UM:
_E agora o quê fazer?
(BREVE PAUSA)

OUTRO:
_ Menino crescido homem
amo-te.

UM:
Amar-te não quero
não devo não posso.
Agoniza em mim
a tua vontade
(em) ver-me parti
para junto de ti.
Amei por nós dois
me perdi...
Minha carne carregará
muito ou pouco tempo
marca a marca
dos teus (afiados) dentes.

OUTRO:
Doce de lua doce
faça com que
não anoiteça.

UM:
Não sei se devo
quem sabe eu descubra
nalgum lugar do mundo
alguém raso ou profundo
de sentimento
capaz de estancar a dor
que ora faz arder-me em chama (acesa)
mesmo que no fim da noite
ou no corredor do dia. Quero um bem
como há muito não se via.

OUTRO:
[Não se sabe até onde se deve ir
até que se vá pela primeira vez.]

UM:
TENTEI
esquecer-te
noutras bocas
me perdi.

OUTRO:
Reencontrei-me
com uma estranha sensação
de não tê-lo
visto no espelho. Engano!

UM:
Assim querendo
tive o que quis
mesmo distante
permitindo
recusando
querendo
não
fomos nos dando
um ao outro
em pequenas porções.

OUTRO:
Sei das dores
dum parto pré-maturo.
Que nos fragiliza
como num aborto
natural ou provocado
coitados de nós
não abortamos o medo
nem chegamos a ser felizes
(por) complet(o)amente inteiros.

UM:
Em dezenove
quase erro(s)
nesta data acidental
te sonhar
e quase tê-lo
é fato especial
embriagamo-nos
de tenros sonhos...
sem medo de nos mostrar
coloque outro em
XEQUE
mato toda obscuridade
sem importar-se com ressalva.

OUTRO:
Nada arranjado
presta.
Digo:
Presta atenção.
Você não presta.

UM:
Sempre que ouço
teu som.
Fico atento.
Atentamente.
Amores?
Tive vário.
Entre homens e mulheres
me escolhi primeiro.
De todas as cores
de todos os portes.
Para todos os gostos.
Chamar-me-ão profano
responderei nem tanto.
Se faço
faço bem feito
porque gosto.
Cometê-lo
pretendo outra vez
me superei
passando acima
de conceitos imorais
aos olhos pudicos
do sutil ao explícito
do reto ao torto
do mero contato físico
suposto
a fim de sentir
algo que invadiria
corpo a dentro.
Como se testasse
um a um
sem culpa
estou aliviado
aguardando o resultado
do acerto de contas
só acerta quem erra.

OUTRO:
Se o que sinto
(me) traz
calma à alma
expulsa a dor
fecunda-me
felicidade
idade da desrazão
tranquiliza(dora)
me dá vazão verdadeira
para ficar perto de Deus
aumentando minha fé
conduzindo-me ao caminho do eu...
do outro
Alguém assim, deixo
lumiar-me a outra metade
estendo aos céus as mãos, num
xodó com Deus, mas,
solitude... louvando
agradecendo
não quero sonhar
deve haver um meio de
realizarmos em comum acordo
esse outro desejo teu e meu.

UM:
Talvez eu deva compor uma sinfonia diferente.
Com sons absurdos e “vocais” inaudíveis.
Porque a maioria do público ouvinte é surdo.
Os espectadores mais atentos
são acometidos de glaucoma. Todos em coma
coma, beba, saboreie a doçura
do que não é comum.
Qualquer um sabe
a diferença entre o frio e o quente.
O feio e o belo...
Que importa a ordem
nesta desordem totalmente
ordenada corretamente?
Algo nos persegue anos a fio.
Fios de ouro. Ouro em pó.
Fios de nylon. Prata pura.
De primeira. Letras desencontradas.
Um caos na psêudo-intelectualidade.
Idade da pedra bruta. Computador
computa a idade da pedra lascada
da puta. Ela é menos indecente
que o dente de ouro do tolo.
Tolo apanha inocente para inocentar,
a culpa do filho daquela puta mártir
que morreu esquartejada no matadouro.
Vaca se mata em frigoríficos.
Oficina de carne. Cacete.
Isso é moderno. Super up.
Cardápio de primeira.
Puteiro de ultima qualidade.
Época de dedo em riste, triste.
Alegre masturbação mental.
O carnaval está longe
e a fantasia bizarra do filho
sem mátria está pronta: Joana Darc.
A personagem perfeita. Ou não.
Feita nas coxas. Do jeito
que se imagina o mundo
da lua do meio da rua
sem saída nem beco. Um boteco.
Um treco, um troço qualquer...

OUTRO:
[...MAR
CIELLO
AO LONGE.
DE PERTO
PEQUENO
GRANDE
MONGE...]
NADA ESTÁ PARADO
Tudo é movimento.
Toda chegada
denota uma saída
toda saída
uma chegada.
Tudo que move
é montanha
de fé, esperança.
Aquele que anda
está parado
o parado é que se anda.
Se longe, perto.
Assim por diante...
Fazer não fazendo
Ofício do grande.

(TUDO ENCAMINHA’ (VA) PARA O FINAL DE UMA “UP”
SINFÔNICA DESPEDIDA. NUMA TELA HOLOGRÁFICA DE COMPUTADOR, TIPO UM PAINEL GIGANTE, MEDINDO 50x50 METROS ONDE SÃO PROJETADOS TODOS OS DIÁLOGOS E TEXTOS
ENVOLVENDO ESSA AVENTURA. ESSA CRUEZA DE PENSAMENTOS. SURGE A IMAGEM DO ATOR COMO SE ESTIVESSE SAÍNDO DE UMA IMPRESSORA. OS TEXTOS VÃO SE FORMANDO
A PARTIR DAS LETRAS QUE CAEM COMO CHUVA, DANDO UMA FORMA GRAFICAMENTE DIFERENTE. TEM-SE A SENSAÇÃO DE ESTAR DIANTE DE UMA PÁGINA GIGANTE DE ALGUM LIVRO QUE FORA PROÍBIDO POR MUITO TEMPO O SEU ACESSO AOS LEITORES).

UM:
Janeiro
floriu em chuva
nossa amizade
antiga
reconhecendo-a em tempo
todo aquele
tempo ido
abrindo assim
em pétalas - pura luz
iluminando os povos
JESUS - KRISINA
OXALÁ - BUDDA
GANDIH - LAOTSÉ
SÃO FRANCISCO - MAOMÉ
TEREZA DE CALCUTÁ
GABRIEL
ensinai-nos o amor
ensinai-nos a desapegar-nos.
(UM DISCO VOADOR ATRAVESSA A TELA)

OUTRO:
Vaga-lume(s)
vaga(mente)
Vaga-luz...

UM:
Quando o caminhante
está na trilha certa,
ele vivência esta certeza
o que o liberta dos medos
dos temores e desesperos.

OUTRO:
A oportunidade de expandir
é oferecida à todos.
Aquele que vê
com os órgãos da visão
ignora-a, contudo,
aquele que enxerga
com os olhos da alma
assemelha ao mar.

UM:
Se falhos
em outras épocas...
O momento
de resgatar é agora.

UM:
Afinidade.
OUTRO
Começo de uma grande
Jornada
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

Um anjo desceu da torre içado por um cabo de aço, que lhe permitia movimentos leves e sutis. Um grupo de aproximadamente 10 contra-regras expunham as vísceras da montagem teatral daquele magnífico espetáculo, que tornara uma orquestra sinfonicamente inesquecível para quem tivesse a mínima sensibilidade poética. Uma pessoa com idade indefinida, nem nova nem velha, espreguiçou. O leito ainda mostrava sonolência. A paz reinava sem interferência externa. Nítida era a cor da alma que distribuía flores para a platéia dos sonhos daqueles que dormiam profundamente felizes.

Céu da Chapada do Corisco, 11 de abril de 2001.

Bráz Dy Vinnuh
22 de março de 2004
Vilhena-RO

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